quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O Ratinho do Violão




Quentinho! Mais uma linda obra da escritora Marta Reis, livro infantil com belas ilustrações de Thais Linhares.
Folha de rosto
Temas: bullying / inclusão / respeito ao diferente/

Chiquinho tocava vilão como ninguém, mas mancava de uma perna e era zoado por isso... Sofreu tanto que se transformou num ratinho e foi morar em seu violão... Será ele pra sempre um menino- rato?
Nossa!... No meio da história tinha um gato esfomeado? E agora?... Quer saber detalhes? Leia o livro - recém saído do forno. Ótimo presente no Natal.

sábado, 23 de agosto de 2014

Análise crítica de Rogério Salgado





Rogerio Salgado


Quando em 2004 publicou seu livro de estreia Um carro de bois que transportava logos (Edição do Autor), apesar de ser uma grande obra, notava-se uma forte influência do escritor Guimarães Rosa em sua obra e isso é normal num primeiro livro. Agora nos chega às mãos Todos os dias de ontem (Usina de Livros), onde se percebe que seu autor desprendeu-se de influências e tomou seu próprio rumo, num livro muito bem escrito, aproximando-se da perfeição literária.

Neste seu segundo livro Todos os Dias de Ontem, Newton Emediato Filho reúne vinte contos inéditos da melhor qualidade. Sendo um projeto premiado pelo Programa + Cultura Bacia do Rio São Francisco/ FUNARTE e Ministério da Cultura, o trabalho coleta histórias de tradição oral contadas na região Centro-Sul de Minas: Alto do Paraopeba; levando em conta a alteridade.

Todos os Dias de Ontem fala de amor e é antes de tudo, um livro poético a começar pelo título, assim como em vários parágrafos do texto em si, como no encerramento do segundo conto, em que diz: “Lina nunca mais teve notícias de Luna. Estas são lembranças que evaporam-se no ar.” Nota-se as metáforas e imagens que só um grande escritor imaginarias para suas escritas. Aliás, é no fechamento dos contos que percebemos sempre uma surpresa e é quando o autor vai aos extremos de sua capacidade criadora, deixando-nos surpreendidos. Neste livro, podemos sentir que seus personagens, mesmo matutos, tem muitas vezes poesia em seu linguajar, como no conto “Retumbação” onde o vaqueiro Sim fala para Salazarte: “- O amor é como uma primavera deve ser apreciada direito, senão o sujeito não vai aproveitar o mais bonito da vida.” Uma das características mais impressionantes do livro são justamente os diálogos bastante originais, assim como os nomes de seus personagens.

Segundo palavras do autor, ele sentiu-se motivado a escrever este livro quando esteve em contato com várias comunidades remanescentes, compostas por quilombos e fazendas tradicionais, onde interagiu com vários informantes que habitam estas regiões e ali realizou-se o que se chama na Antropologia de Observação Participante. Ao ouvir estas pessoas, registrou em forma de contos, histórias de tradição oral que são contadas por essa gente. Segundo ele, a relevância em divulgar estes relatos, é uma tentativa de conscientizar os leitores a refletir sobre a importância da preservação desta cultura regional que se fragiliza a medida que o avanço tecnológico se aproxima. Em contramão desta desvalorização que vem acontecendo, neste projeto há um resgate destas tradições, levando-as ao conhecimento do mundo. Juntamente à cultura local que se perde gradualmente, também a língua se acultura, assimilando palavras do universo exterior. O resgate deste linguajar sertanejo, não tem por intenção manter a língua estática, uma vez que compreende a dialética do mundo. Todavia, quer mostrar a resistência linguística que ainda sobrevive paralela a este conflito. Portanto, o maior dos motivos de um trabalho desta natureza é o respeito à alteridade, quando leva o leitor a perceber que a valorização da cultura do outro é imprescindível. Somente assim é possível amenizar o impacto cultural entre as diferentes regiões culturais do mundo.

O escritor e pesquisador Newton Emediato Filho, natural de Belo Vale, Minas Gerais. É autor de vários ensaios sobre a obra de João Guimarães Rosa e outros. Seu conto Um Papagaio Palimpséstico recebeu os prêmios: Projeto Manuelzão/UFMG e Menção Honrosa pela Editora Guemanisse, deTeresópolis/RJ. Também foi premiado no Concurso Guimarães Rosa com o conto O tempo de um livro na IV Jornada Guimarães Rosa/UFMG, organizada pela Associação Brasileira de Médicos Escritores. Participou ainda do livro Asgard: A Saga dos Nove Reinos, lançado em 2011 pela Editora Jambô, com o conto Em Transe. Atualmente representa a Seccional da Associação Internacional dos Poetas Del Mundo de Minas Gerais. Também é Embaixador Universal da Paz pelo Círculo de Embaixadores Universais da Paz Genebra/Suíça.

Todos os Dias de Ontem é antes de tudo, um grande livro, escrito por um autor que tomou seu próprio rumo, pelo qual podemos considerá-lo uma das melhores revelações do conto brasileiro neste novo século em que vivenciamos.

Fonte:http://poetarogeriosalgado.blogspot.com.br/2013/03/todos-os-dias-de-ontem-de-newton_30.html




Resenha de Rodrigo Conçole


O livro de Newton Emediato Filho - Todos os dias de Ontem -, é um rico retrato dos tipos humanos, fatos e do imaginário do sertão. Jabuticabas Noturnas é um belo quadro do amor, permeado pela lembrança das jabuticabas, tão presentes na infância de quem vive no interior. Imagens à margem surpreende pela forma com que se trabalha a inveja num final marcante depois da delicadeza com que se relata as alegrias da infância.

Notícias que navegam é outra história muito marcante. O retrato da hospitalidade interiorana, em meio a um acidente, em Um prato muito especial faz dele um grande relato. Retumbação e Na toca dos porcos são muito divertidos. A crítica política perpassa em Paroba.

Em Lipórter e Vargem de Sant’Ana são excelentes história de fantasmas. Sem contar as outras histórias cada uma com algum traço marcante da vida rural presente ainda em algumas regiões.

Simulacro trata com perfeição o crescimento de um povoado, a partir do aparecimento de um profeta(!?), e sua decadência que nos leva a refletir sobre questões ainda atuais. Em uma obra tão diversificada do ponto de vista temático não poderia faltar o tema do adultério, como podemos ver em Máquina de descascar arroz.

Já O dito pelo não feito é um marcante relato sobre a honra e a desonra. Já em Pacheco temos o tema da morte, e o da angústia existencial, vivamente retratados.

Viajantes noturnos, O rancho, Quando o familiar é estranho, Ataliba, Os tropeiros de água limpa e Sanhaço verde são belos e fascinantes quadros da vida do sertão.

Surpreende que todos contos tenham sido coletados oralmente e se ficaram mais histórias fora do livro deveria publicar outro volume. O livro é de tão prazerosa leitura!
Rodrigo Conçole – UNISUL – Universidade/RJ



domingo, 13 de julho de 2014

Lançamento: Segunda edição de Todos os dias de Ontem


Amigos estarei lançando a segunda edição do livro Todos os Dias de Ontem, dia 14 de setembro, no 6º Festival Cultural de Miguel Burnierl (Ouro Preto).

Seguem, em ordem alfabética, as apresentações selecionadas para participarem do 6º Festival Cultural de Miguel Burnier. O período de inscrições para os artistas interessados esteve aberto entre 09/03 e 30/06/14. Até o final de julho será divulgada a programação do Festival. Participe!
São essas as apresentações selecionadas:
* Arandelas Ouro Preto (espetáculo cênico musical) - Ouro Preto;
* Banda Buttina Véia (rock internacional) - Ouro Preto;
* Cristina Froes (oficina de pintura) - BH;
* MDR (banda de RAP) - Ouro Preto;
* Mulheres em Chama (musical) - Ouro Preto;
* Newton Emediato Filho (lançamento de livro) - Belo Vale;
* NINFEIAS (cine-club, oficina e performance) - Ouro Preto;
* Projeto Quarteirão Musical (DJ's) - Mariana;
* Rafael Fernandes Miranda (solo musical) - Conselheiro Lafaiete;
* Seresta Canto de Amor (seresta) - BH;
* Seresta Rios ao Luar (seresta) - Entre Rios de Minas;
* StudioZero Ontheroad (rock nacional) - BH;
* Thiago Costa (concerto de violão solo) - Ouro Preto;
* TriballZen (musical) - BH;
* Zambi Odara (dança afro) - Ribeirão das Neves;
O 6º Festival Cultural de Miguel Burnier será realizado nos dias 12, 13 e 14 de setembro de 2014. Faça você também parte desta história. Venha!

sábado, 7 de junho de 2014

O Sagrado Vale de Contendas



O conjunto de todo esse recanto é um lugar de tanta tranquilidade
e paz que se assemelha a uma sublime e onipresente oração. A
paisagem do vale – morro entre morros –, e os acontecimentos relevantes
de uma vida inteira memorável, estão vivos, permanentemente nas
conversas de Amadeu – um senhor de idade.
O caminho, de escarpas nas bordas do morro, feito pelos passos
do homem que me conduz a um lugar cheio de silêncio. Sequer um
canto de passarinho aqui se ouve, nem qualquer zumbido de inseto.
Apenas o murmurejo da água, cristalina e fria, que rola nas pedras vinda
da mina.


Há cipós grossos e fi nos de São João, emaranhados a muitas moitas
entre antigas árvores e as barras, cocurutos de terras de barros escuros,
se arredondam: as enigmáticas sepulturas indígenas. E Amadeu
foi quem ali plantou, tempos passados, várias árvores ornamentais, às
quais ele se dedica em preservar e cultuar, de forma um tanto singular.
Ele se entusiasma com tais sepulturas que se mantêm intactas,
apesar de todo o tempo. A preservação lhes dá originalidade e o lugar
de modo geral se manifesta virginal. As árvores crescem na clareira do
vale... As folhas verdes transmudam de cor, quando raios de sol perpassam
pelas frestas vegetais.

De um lado a outro, há dois córregos de minas, trabalhados pelas
ferramentas mais rudimentares dos índios que outrora habitaram este
lugar... Hoje, essas relíquias são reverenciadas por Amadeu.
– Será que a água mantém fi os de ligação com vidas passadas?
– Indaga-me Amadeu. Eu nada digo. Apenas me perco, perplexo e radiante,
naquela paisagem.
Subimos o cume do morro, palhadas abertas onde vacas pastam,
e diante da pequena planície com árvore isolada, respiramos em pausa.
Percebi que Amadeu se cansava fácil, devido à idade. Porém disse:
– Apesar da minha convalescença, não me sinto cansado. O sertão
é a minha vida! – falou dissimulando a fadiga.
E, depois de alguns minutos, continuamos a caminhar no trilho
de vaca, estreito e tortuoso – serpenteando o pasto acima. Seguimos
além do gramado, até as outras sepulturas indígenas.
– Agora, venha seu senhor moço, que lhe vou mostrar outras sepulturas,
num total de mais de dez, esparramadas nesse terreno. Logo
acima a colina o mato foi roçado, capinado e acabou virando pastagem
para o gado. As sepulturas indígenas estão vulneráveis, o que leva seu
Amadeu a fi car ruborizado de raiva.
Com seu chapéu marrom e blusa azul de um único bolso, onde
se vê uma caneta e algumas notas de dinheiro. A gola triangular mostrava
sua camisa de marinheiro por baixo. Vestia também calça jeans
entrando bota adentro.

Amadeu me mostra os limites de sua propriedade: Terras de
Contendas, até o outro lado de lá de Ferrabrás. Paramos debaixo de
uma árvore de camará e ele respira forte. Um vento sopra morno, trazendo
aromas dos morros verdejantes. Amadeu retira do embornal um
punhado de pregos e arestas velhos e até enferrujados alguns.
Enquanto caminha, seu olho perspicaz não deixa de observar nenhum
detalhe do caminho. E comenta seu trabalho de preservação daqueles
matos nativos que proporcionam o gotejar de várias nascentes.
Explica que mandou fazer um poço artesiano, entre minas, de dezesseis
metros de profundidade. Acrescenta:
– O resultado é esse, ó senhor moço. A gente pode perceber e
sentir muito bem o quanto é refrescante essa água.
Então Amadeu se agacha e com suas mãos saboreia o melhor
paladar de água existente na terra.
– Mas, seu moço, você também não deveria calçar sandálias para
andar neste cerrado, pois as mordidas das formigas são terríveis – observou
e exclamou Amadeu.
Ele comenta que seu conhecimento está todo cristalizado em sua
vivência no sertão. Ele mostra a casa antiga de seu pai, onde aprendera
as primeiras letras, com um mestre que o pai contratara... Amadeu tem
ânsia para falar...

No entanto, ele lamenta que seu tempo de aula durara parcos
dois meses e sete dias – foi a permanência do mestre naquele vale.
Flashes da infância lhe sobrevêm com frêmitos de saudade: o trabalho
na lavoura, a colheita do feijão, do milho, da cana-de-açúcar, da
mandioca... O transporte dos frutos da lavoura para a cidade próxima...
A coberta onde ainda hoje ele mantém dois carros de bois...
Agora o caminho de volta é entre pareados pés de coqueiros de
macaúbas. Dali num trilho, totalmente particular, vai dar num lugar
ainda mais recôndito – a igrejinha branca do Dom Orioni. O sino de
bronze de quinze quilos está ao lado direito da igrejinha, pra quem vem
descendo, os banheiros construídos pelas mãos de Amadeu e o campanário,
que deu estima a ele, o galpão modo de abrigar os fi éis, muitos
vindos de longes lugares e cidades. Isto quando sua família arranja jeito
de celebrar missa, apresentações de folias de reis e congados – ambas
de todas gerais e minas.

Ao passar pela tronqueira, ele percebeu a falta de uma aresta no
arame farpado. Então do bolso da calça jeans, retirou um martelo e do
embornal uma aresta e tratou logo de retifi car a cerca que circunda todo
o campanário. E diz:
– Quem despreza algo aparentemente imprestável, mais tarde
sentirá falta dele!
O orgulho de Amadeu é a igrejinha do Dom Orioni. O Santo Luís
de Orioni, segundo lhe contara compadre Gamalieu, está intacto na capital
do Vaticano.
– Olha, seu moço, hoje o dinheiro pode tudo, quem o tem faz
algo e quem não tem vive no simples da vida. Na época em que eu
era moço, só havia trabalho e trocas de mercadorias. O trabalho que
trazia ontem mantimentos é hoje o dinheiro que traz algo a mais. Na
minha época o dinheiro era difícil. Para você pôr idéia, nem havia por
essas paragens um relógio. O trabalho se iniciava com a luz do dia e
terminava com o início da noite. Havia grandes empreitadas... O milho
colhido era para criar porcos; o feijão para o sustento da família; a cana
para fazer o melaço, açúcar preto e rapadura e a mandioca o polvilho e
a farinha. A produção excedente era conduzida por carro de bois a cidades
vizinhas – carreado por mim –, por essa estrada e morros acima.
– Amadeu não cansa de falar.
A tronqueira de arame é aberta por ele e caminhamos em direção
à casa nova – casa amarela – que se tornou o sítio para os seus fi lhos que
às vezes aparecem. Após se casar, por muitos anos, Amadeu trabalhou
e viveu na cidade grande para educar e colocar seus fi lhos para a vida.
E continuou sua prosa:
– Aqui antes na casa viveu meu pai, o senhor Olegário, médico
prático – reconhecido em muitas freguesias distantes. O meu pai obteve
permissão, com carta assinada, de outros médicos especializados,
abonando-o como autoridade de clinicar. Ele era procurado para tudo
– muitas pessoas também vinham aqui para o meu pai dar o melhor parecer
nas questões de intrigas e rixas por disputas de terras. Aqui então,
pôs o nome de Contendas. Ele resolvia as brigas e também curava, pois
conhecia plantas medicinais que curavam os males do corpo e da alma.
Dentro da casa, Amadeu sem se acomodar, ainda acrescenta:
– Aqui olha, seu moço, a televisão veio para deseducar e jogar
em nossas memórias o que não serve; sem pedir licença a ninguém; sem
nenhuma permissão. A televisão destruiu o sertão e a modernidade
acaba com o mundo. O moderno é pura decadência humana, pois nos
impõe seu modo de ver e sentir o mundo, desrespeitando nossas raízes.
Indignado, Amadeu de cabelos já grisalhos, aponta a antena de
TV a cabo, sobreposta ao lado da casa amarela.

Voltamos a caminhar, entre o curral e a sombra do pé de jatobá.
Logo à frente, na foz da mina que fi ca à direita do morro, entre
pés de coqueiros de macaúbas e de muitas plantas ornamentais e
medicinais está localizada a casa de Amadeu – tamanho teluricamente
apropriada ao aconchego dele; escondido de todos do mundo – onde
ele não ouve notícias nem sequer conversas truncadas de vizinhos.

Aliás, vizinho por ali nem tem um por perto. Amadeu ouve apenas
no radinho de mão – antigo –, as rezas do terço pelas manhãs e que
o acompanha ao sair de casa na hora da missa vespertina, porque, às
vezes, o trabalho lhe acode. Ouve missa e trabalha...
Raramente ouve notícias de futebol. Ademais trabalha, o que
não é de costume aos homens de sua idade, porque esses já estão mais
para o outro lado do que pra cá. Com bravios olhos mansos, dentro
de sua casa seu olhar procura, desesperadamente, os melhores livros –
parcos, porém guardados desde quando entendia por gente – amontoados
numa prateleira perto da cozinha, e, assim, esses são consumidos.
E o espírito dele ali se alimenta, aumenta, e se sente mais livre.
Pedaços de matéria recortadas de antigos jornais... Pequenos pedaços
de lápis; folhas de papéis multicores, manuscritos; papéis almaços; cadernos
e cadernetas de formatos que não se encontram mais... Na prateleira
tudo se acha...

De repente, o celular toca no carro e o moço, já na despedida,
ligando o automóvel, vê Amadeu lhe dando as costas e se dirigindo a
sua casa, com toda a sua tranquilidade sertaneja. E da pequena janela
de sua casa acena com um adeus.
Atrás a paisagem do vale de Contendas se desperta pelas curvas
bem traçadas dos morros e o maior deles – onde afl ora mina d’água
dos dois lados, logo abaixo em destaque a igrejinha de cor branca, a
casa nova arcada pela vegetação e as sepulturas indígenas ocultas – e,
sobretudo, os acontecimentos relevantes que vivos, estão na memória
incomensurável de Amadeu. O único homem capaz de enxergar que as
águas que ligam os dois córregos, um acima do outro, sobem... Com os
seus oitenta e dois anos de idade...

Volto... Em arrebatamento! Sei que estas paisagens para sempre
estarão estampadas em minha memória.
Mas por agora, as vejo desaparecendo no retrovisor do carro...

Conto do Livro Todos os dias de ontem